Dicas para o final de semana: 1 Vinho e 1 Livro

Final de semana chegando e tivemos a ótima notícia de que teremos aquele friozinho gostoso. Sendo assim o blog aproveita o momento para sugerir um bom vinho e porque não um bom livro…….

Indicar um vinho é sempre uma questão delicada, já que estamos falando de algo muito pessoal. Hoje vou sugerir uma uva ao invés de um vinho, e você leitor pode procurar em sua loja preferida ou supermercado o que mais lhe agradar ao gosto e ao bolso….

MERLOT

Uva Merlot

Trata-se de uma uva com origem na França (Bordeuax) e que não se restringe à esta região………sendo considerada uma casta “internacional”  inclusive com interessantes exemplares no Brasil e no Chile, onde chegou a ser confundida com a Carmenére.

Com frutos grandes e casca fina a Merlot genericamente apresenta vinhos não MUITO tânicos, e com um bom corpo, suaves e “fáceis de beber”.  Os melhores exemplares exibirão uma cor púrpura intensa, aromas de amora e ameixa, muito corpo e sabores tostados (caso passem em madeira nova).  Aqueles feitos com uvas vindimadas mais cedo apresentarão níveis de corpo e álcool médios, acidez mais alta, e aromas de frutas vermelhas (morango, framboesa, e cereja).

Um fato interessante é que no filme Sideways (vale muito a pena ver) um dos personagens afirma não gostar desta uva e em razão disto nos EUA suas vendas despencaram………

Sobre a dica do livro segue abaixo:

UMBERTO ECO – NÚMERO ZERO

Umberto Eco – Número Zero

Resumo do livro (site Amazon.com.br) onde comprei para Kindle, abaixo de R$ 25,00:

O novo best-seller internacional de Umberto Eco. O romance que é um verdadeiro manual do mau jornalismo

Um grupo de redatores, reunido ao acaso, prepara um jornal. Não se trata de um jornal informativo; seu objetivo é chantagear, difamar, prestar serviços duvidosos a seu editor. Um redator paranoico, vagando por uma Milão alucinada (ou alucinado numa Milão normal), reconstitui cinquenta anos de história sobre um cenário diabólico, que gira em torno do cadáver putrefato de um pseudo-Mussolini. Nas sombras, a Gladio, a loja maçônica P2, o assassinato do papa João Paulo I, o golpe de Estado de Junio Valerio Borghese, a CIA, os terroristas vermelhos manobrados pelos serviços secretos, vinte anos de atentados e cortinas de fumaça — um conjunto de fatos inexplicáveis que parecem inventados, até um documentário da BBC mostrar que são verídicos, ou que pelo menos estão sendo confessados por seus autores.
Um perfeito manual do mau jornalismo que o leitor percorre sem saber se foi inventado ou simplesmente gravado ao vivo. Uma história que se passa em 1992, na qual se prefiguram tantos mistérios e tantas loucuras dos vinte anos seguintes. Uma aventura amarga e grotesca que se desenrola na Europa do fim da Segunda Guerra até os dias de hoje.

Degustação Domaine Denis Dubourdieu – Curitiba

Pude participar na última semana de uma breve palestra seguida por uma super degustação dos vinhos da Domaine Denis Dubourdieu, famosa por seus vinhos produzidos na região de Bordeaux na França.

Para quem não conhece, seguem alguns dados da vinícola:

• 135 Hectares
• 600.000 garrafas/ano
• 5 estates: Château Reynon, Clos Floridene, Château Haura, Château Doyse-Daëne, Château Cantegril
• 1 vinho na classificação de 1855: Château Doyse-Daëne
• 100% familiar

A degustação foi conduzida por um dos membros da familia, o enólogo Jean-Jacques Dubourdieu (quarta geração na empresa), que conseguiu nos passar toda a importância que este negócio possui. Também fez questão de frisar que não utilizam herbicidas, anti-botrytis, e irrigação, mesmo com todas as dificuldades climáticas que desafiam os produtores em Bordeaux (desde 2010 as safras tem enfrentado desafios ainda maiores, muita chuva no verão, frio na floração, geadas, etc), trata-se de uma região onde a qualidade da safra tem muita variação. Cada safra uma história distinta!!!

Após a palestra tivemos uma excelente degustação:

1 – Chateau Reynon Sauvignon Blanc 2012 (Côtes de Bordeaux)

100% Sauvignon Blanc, Barricas de 850l de carvalho usadas

Palha, intensidade média, aromas pronunciados cítricos, abacaxi, acidez bem presente e típica desses SB. Final médio.

2 – Chateau Reynon Rose 2012 (Côtes de Bordeaux)

Salmão de intensidade média, aromas florais, pêssego, acidez presente mas discreta. Pode envelhecer quase 5 a 6 anos, bem gastronômico, uma tendência….

3 – Chateau Reynon 2011 – Cadillac (Côtes de Bordeaux)

80% Merlot /  Cabernet Sauvignon / Petit Verdot / 1 ano carvalho francês (33% novo)

Ruby médio, intensidade média de aromas, fruta madura, acidez média, taninos bem presentes e granulados. Precisa mais algum tempo…….

Cabe aqui uma observação de que os vinhos Côtes de Bordeaux são uma excelente opção para quem procura vinhos da região de Bordeaux…

4 – Chateau Haura 2012 (Graves)

60% Cabernet Sauvignon / 40% Merlot

Ruby profundo, aromas de madeira, tabaco, defumado, muito equilíbrio entre acidez e taninos, corpo e final médios. Estrutura permite envelhecer mais 10/15 anos.

5 – Clos Floridene 2012 (Graves)

70% Cabernet Sauvignon / 30% Merlot

Ruby médio quase intenso, aromas de frutas maduras, notas minerais, acidez presente, taninos ainda merecendo mais alguns anos, final médio.

6 – Chateau Cantegril 2000 (Graves)

60% Cabernet Sauvignon / 40% Merlot

Ruby com reflexos quase granada, complexidade aromática com frutas, especiarias, madeira, tabaco, acidez bem presente e taninos maduros. Está pronto para beber mas ainda suporta uns 4 a 5 anos.

O evento foi acompanhado dos pães INCRÍVEIS da Art Pan – Pães Artesanais, que fizeram uma dobradinha perfeita com os vinhos da noite!!!

Art Pan – Pães Artesanais

Evento VINHOS DE PORTUGAL 2015 – Curitiba

Vinhos de Portugal 2015 – Curitiba

Na última semana pude participar do evento Vinhos de Portugal 2015 realizado em Curitiba no Radisson hotel.

O evento contou com diversos produtores e vinhos de quase todas as regiões, assim como uma palestra e degustações.

Como destaque principal do evento tivemos uma breve palestra falando um pouco sobre o mercado para vinhos portugueses, e uma degustação comentada de alguns vinhos, abaixo as considerações mais importantes:

Palestra Vinhos de Portugal 2015

• Vinhos portugueses estão crescendo 33% nos EUA, que é o maior mercado consumidor de vinhos do mundo. Este mês o principal assunto da revista Wine Spectator (principal do segmento) são os vinhos de Portugal.
• Mercado brasileiro tem crescido consistentemente para vinhos portugueses.
• A qualidade dos vinhos portugueses tem melhorado muito, estando com 4 vinhos nos TOP 100.
• Possui um conjunto de empresas e enólogos inovadores.
• Esta modernizando a produção com manutenção das tradições. Passou por uma revolução enológica pós anos 80.
• Grande tipicidade de vinhos e estilos.
• Possui uma grande quantidade de castas.
• Vinho agrada ao paladar brasileiro, sendo considerado “fácil” de beber.
• Portugal vem investindo muito na procura/desenvolvimento de clones de castas que se adaptem melhor a cada região, fato que irá ajudar muito nas mudanças climáticas que podem ocorrer. Algumas castas portuguesas possuem mais de 20/30 clones (prometo fazer um post explicando o que são clones e sua importância).

Esperamos que com todo este sucesso os vinhos portugueses não subam de preço por aqui no médio/longo prazo.

Abaixo seguem algumas considerações sobre a degustação de 7 vinhos conduzida pelo especialista Guilherme Rodrigues:

Degustação Vinhos de Portugal 2015

Vinhos:

1 – Vinhos Verde  João Portugal Ramos 2014

85% Loureiro / 15% Alvarinho

Limão médio, aromático, cítrico, pêra, mineral, com um toque de erva (louro). Indicação ótima para pratos leves, entradas, frutos do mar.

2 – Aveleda Alvarinho 2014

Palha de intensidade média, aromático, cítrico, toque de casca de laranja, frutado, mineral. Indicação com frutos do mar.

3 – Grandjó Branco – 2013

Limão com reflexos dourados, aromas cítricos pronunciados, abacaxi, pêssego, floral, acidez agradável, muito frescor. Toque de mel.

 4 – Monte da Ravasqueira 2012 (Alentejo)

70% Syrah / 30% Touriga Franca

Púrpura intenso, aromas pronunciados, frutado, floral, acidez média, taninos integrados e corpo médio. Toque de madeira e tabaco.

5 – Brutalis 2010 (Vinho Regional de Lisboa)

85% Alicante Bouschet / 15% Cabernet Sauvignon

Ruby profundo, aromático, floral, fruta madura, ameixa, madeira. Acidez média, taninos muito presentes e marcantes. Rústico!!

6 – Quinta do Castro Reserva Vinhas Velhas 2012 (Douro)

Ruby profundo, aromas presentes de ameixa, madeira, e muito equilíbrio entre acidez e taninos. Utilizam-se vinhas velhas com mais de 70 anos e diversas castas plantadas no mesmo local.

7 – Monte da Capela Reserva 2010 (Alentejo)

Alicante Bouschet, Aragonez, e Trincadeira

Ruby quase granada com intensidade média. Aromas pronunciados, frutas maduras, floral, condimentos. Acidez média, taninos agradáveis, corpo e final médios.

Participaram do evento os seguintes produtores:

Aveleda, Casa Santos Lima/Companhia das Vinhas, Enoforum, João Portugal Ramos Vinhos, Vinhos Messias, Esporão, Quinta do Castro, Herdade da Comporta, Monte da Capela, Real Companhia Velha, Sociedade Agrícola D. Diniz, Sogrape Vinhos, Vidigal Wines.