Vinho Português enterrado no Rio Côa 

Vários fatores me encantaram no mundo dos vinhos desde o início, entre eles, a diversidade de uvas, métodos de produção, países, histórias, etc.

Tive a sorte/oportunidade de ganhar de presente um vinho que renova essa idéia de diversidade.

Para quem não sabe, a Adega Cooperativa de Vila Nova de Foz Côa pegou parte de sua produção em 1997 e nos anos de 1998/1999 enterrou a 25 metros de profundidade algumas garrafas (60.000) no rio Côa, o resultado (pelo menos comercialmente) foi um sucesso. Atualmente não é fácil achar exemplares da safra antiga e as garrafas podem atingir o patamar de 50 euros.

Estes vinhos fizeram sucesso particularmente nos EUA e Canadá, mercados onde o consumo dos vinhos portugueses cresce a taxa de dois dígitos anualmente.

Vamos acompanhar o mercado para ver se este será um novo “sistema” de envelhecimento……é no mínimo divertida a idéia….

Aproveitando a oportunidade que tive no Rio de Janeiro com meu primo,  abrimos este belíssimo exemplar antes de seguir para o jogo do Vasco da Gama (acabou não dando muita sorte, já que o time perdeu de 3 x 1 tststs)…. Agradeço imensamente ao David Souza Sampaio que nos enviou o presente!!

Particularmente achei o vinho MUITO interessante, com uma acidez bem presente e pouco corpo, sendo a casta principal Touriga Nacional (70%). A garrafa é claro, está aqui guardada, e com a lama do rio Côa como lembrança!!!

OBS: Ao pesquisar sobre a vinícola soube que ela fechou e mudou de mãos, assim que tiver mais notícias aviso!!

DEGUSTAÇÃO VINHOS TERRANOBLE

Neste mês de Julho aconteceu em Joinville uma degustação dos vinhos chilenos da Terranoble. O evento foi conduzido pelo gerente de exportações da marca, Gonzalo Badilla. Quem já conhece sabe que estamos falando de vinhos que contam com uma super qualidade. Abaixo destaco alguns fatos que aprendemos neste dia e também algumas considerações sobre os 6 vinhos da noite.

A vinícola possui 22 anos e iniciou suas operações com a idéia de produzir apenas Merlot e Sauvignon Blanc, quando o Chile ainda fazia vinhos de volume sem foco total na qualidade. Começaram pela única zona fria que produzia vinhos na época (MAULE), onde desenvolveram um Merlot. Um ano depois disto descobriu-se que parte da Merlot não era Merlot e sim Carménère, neste momento tiveram de repensar seus projetos e a própria vinícola.

Atualmente a produção de Carménere é a mais importante da Terranoble, sendo a única vinícola do Chile que vende mais Carménère do que Cabernet Sauvignon…

Seus vinhedos se localizam perto da costa (influência marítima/ar frio), e próximo aos Andes (altitude), não possuindo vinhedos nos vales centrais.

Ano passado a revista Wine Spectator elegeu os 12 melhores vinhos do Chile, e segundo esta lista a única vinícola que teve 4 vinhos selecionados foi a Terranoble, sendo então uma referência neste meio.

1 – Reserva Chardonnay 2013

Limão com intensidade média, aromas cítricos, abacaxi, maça verde…Acidez bem presente, corpo médio e um toque de cremosidade (sem excesso de manteiga que alguns chardonnays possuem). Estilo moderno, passa 3 meses em barricas de carvalho. Gastronômico, tem tanta acidez quanto um bom sauvignon Blanc.

2 – Gran Reserva Riesling/Sauvignon Blanc 2012

Tonalidade Limão médio, aromas pronunciados de flores brancas, herbáceo, petróleo, mineral. Bastante complexidade. Acidez presente e que ajuda o vinho a ter um excelente frescor……

Neste corte a Riesling passa por carvalho e a Sauvignon Blanc não.

3 – Reserva Terroir Pinot Noir 2012

Ruby médio com intensidade média de aromas, bastante frutas vermelhas e chocolate. Acidez e taninos médios, pouco corpo e final interessante. Redondo e equilibrado. Pouca maceração, e 8 meses em Carvalho novo francês (que dá a estrutura).

4 – Merlot Gran Reserva 2011

Ruby médio. aromas bem presentes de ameixa, framboesa, frutas mais doces, tabaco…. Acidez e corpo médios. Taninos extremamente suaves e redondos. 12 meses em carvalho de 1/2/3 uso e vinhedos de 25/30 anos.

Este foi o primeiro vinho da vinícola.

5 – CA2 Carménère Costa 2011

Ruby profundo, aromas médios com certa complexidade, frutas maduras, especiarias, menta…Acidez baixa, taninos médios e bem integrados. Corpo médio e final longo. Muito gastronômico. Passa 8 meses em carvalho novo/vinhas em pé-franco.

6 – Kaykun Pinot Noir 2010

Ruby de intensidade média, aromas de morango, bosque, chocolate. Acidez média e taninos redondos. Corpo médio e final marcante. Excelente estrutura para um Pinot Noir. 16 Meses em carvalho.